Lembro quando apresentei o meu primeiro namorado aos meus pais, minha mãe sempre me aconselhando a não revelar meus reais sentimento, a não dizer que o amava, "Deixe que ele diga que a ama, deixe que ele se declare, nunca faça o mesmo, homens pisão nas mulheres quando descobrem que elas gostam deles" e foi exatamente o que eu fiz. As primeiras pessoas com quem me relacionei nunca souberam o que eu sentia e eu comecei a adorar essa sensação de segurança. Minha avó volta e meia repetia "Aproveite o inicio de namoro, no começo são flores depois vem os espinhos." e eu ficava sempre esperando o pior, nunca confiava nas pessoas, deitava de noite e ficava esperando receber a noticia ruim pela manhã, os términos nunca me surpreendiam e eu seguia dura e seca, aprendi a não me importar com as pessoas, não ligava para o quanto minha frieza poderia castrar a intensidade do próximo, apenas seguia plena cortando cada flor que ousasse nascer em mim. Um tempo
Sabe a solidão? Ela não vem só quando estamos completamente sozinhos em casa, ela também vem quando estamos rodeados pelas outras pessoas, seja família , amigos, namorado/a. Ela é furtiva e tem um jeito especial de nos deixar triste, meio que abre um vácuo no nosso peito e vem aquela dor estranha, as lagrimas, o grito silencioso, a escuridão. Dedos gelados e finos como agulhas de gelo perfuram nossa alma e somos pegos pela exaustão física e mental, respostas automáticas saltam de nossos lábios sempre que ouvimos a pergunta "VOCÊ ESTÁ BEM?". Sim! Para não ter que vomitar tudo que está aqui dentro e receber de volta um "fica bem!" "isso é uma fase!" "deixa de drama!" Nessas horas que a gente não pensa direito, quer ficar deitado esperando o mundo acabar, mas ele não acaba e daí só resta esperar que o dia seguinte não seja tão obscuro, que os momentos alegres durem mais,que essa dor abstrata passe, que o sol brilhe outra vez.